domingo, maio 28, 2006

A semiótica e os modelos de comunicação


O lugar da semiótica dentro das ciências da comunicação depende do que se entende por comunicação. A comunicação é hoje um vastíssimo campo de investigação, das engenharias à sociologia e psicologia, pelo que as perspectivas em que se estuda podem variar significativamente. É certo que toda a comunicação se faz através de sinais e que esse fato constitui o bastante para estudar os sinais, sobre o que são, quais tipos existem, como funcionam, que assinalam, com que significado, de que modo são utilizados. Contudo, o estudo dos sinais tanto pode ocupar um lugar central como um lugar periférico no estudo da comunicação. Tal como na arquitetura em que o estudo dos materiais, embora indispensável, não faz propriamente parte da arquitetura, assim também em determinadas abordagens da comunicação o estudo dos sinais não faz parte dos estudos de comunicação em sentido restrito.
Nos estudos de comunicação distinguem-se duas grandes correntes de investigação, uma que entende a comunicação sobretudo como um fluxo de informação, e outra que entende a comunicação como uma "produção e troca de sentido".A primeira corrente é a escola processual da comunicação e a segunda é a escola semiótica.
A ideia de que a comunicação é uma transmissão de mensagens surge na obra pioneira de Shannon e Weaver, A Teoria Matemática da Informação (1949). O modelo de comunicação que apresentam é assim conhecido: uma fonte que passa a informação a um transmissor que a coloca num canal (mais ou menos sujeito a ruído) que a leva a um receptor que a passa a um destinatário. É um modelo linear de comunicação, simples, mas extraordinariamente eficiente na detecção e resolução dos problemas técnicos da comunicação. Contudo, Shannon e Weaver reivindicam que o seu modelo não se limita aos problemas técnicos da comunicação, mas também se aplica aos problemas semânticos e pragmáticos da comunicação. Efetivamente, distinguem-se três níveis no processo comunicativo: o nível técnico, relativo ao rigor da transmissão dos sinais; o nível semântico, relativo à precisão com que os signos transmitidos convêm ao significado desejado; e o nível da eficácia, relativo à eficácia com que o significado da mensagem afeta da maneira desejada a conduta do destinatário.
Elaborado durante a Segunda Guerra Mundial nos laboratórios da Bell Company, o modelo comunicacional de Shannon e Weaver é assumidamente uma extensão de um modelo de engenharia de telecomunicações. A teoria matemática da comunicação visa a precisão e a eficiência do fluxo informativo. A partir desse objetivo primeiro, desenvolveu-se conceitos cruciais para os estudos de comunicação, nomeadamente conceitos tão importantes como quantidade de informação, quantidade mínima de informação (o célebre bit), redundância, ruído, transmissor, receptor, canal.
Segue um exemplo muito simples para analisarmos os diferentes níveis de comunicação, segundo a distinção de Shannon e Weaver, e o papel que a semiótica desempenha neles. No painel de instrumentos de um automóvel encontra-se um mostrador indicativo do estado do depósito de gasolina, que vai da indicação de vazio a cheio. Os problemas técnicos dizem respeito à medição do combustível no reservatório, através de bóias, ou por outros meios, e a transmissão física, mecânica ou electrónica, dessas medições para o painel do carro, para um mostrador de agulha, analógico, ou então para um mostrador digital. Parece claro que a este nível técnico não se levantam questões de tipo semiótico. O que aqui está em jogo são relações de tipo causa/efeito e não de tipo sígnico

O nível semântico no fluxo de informação em causa situa-se na leitura do mostrador. Se a agulha está, por exemplo, encostada à esquerda, isso significa que o tanque está vazio, e se estiver encostada à direita isso significa que está cheio. O mostrador pode ainda apresentar números da esquerda para a direita, indo do zero, até digamos 70, indicando os litros que se encontram no depósito. Neste caso há um significado que é preciso conhecer. Uma pessoa que nunca tivesse conduzido um carro e que não fizesse ideia de como um carro funciona não seria capaz de entender o significado da agulha ou dos números do mostrador.
É bom de ver que ao nível semântico se levantam questões de natureza semiótica. A própria compreensão do mostrador é já ela semiótica na medida em que este se toma como um signo: o mostrador remete para algo que ele não é, nomeadamente o estado do depósito. E depois as variações da agulha no mostrador suscitam também questões semióticas relativas aos significados diferentes que lhes correspondem. Pode fazer-se a redundância semântica da informação juntando, por exemplo, ícones de um tanque vazio, médio e cheio, aos números indicativos da quantidade de litros existentes no depósito.
O nível de eficácia da informação dada pelo mostrador prende-se com a conduta do condutor do veículo relativamente à distância que o veículo pode andar com a quantidade de combustível indicada e à necessidade de meter mais combustível. A cor vermelha no fundo do mostrador e a luz de aviso de que o combustível se encontra na reserva assume claramente uma dimensão pragmática, como que urgindo que o condutor se dirija a uma bomba de gasolina.
Não obstante as questões semióticas que se levantam aos níveis semântico e de eficácia no modelo de Shannon e Weaver, elas não são de primordial importância. É que as mensagens e os seus significados estão à partida determinados e a tarefa da comunicação é transmitir essas mensagens, levá-las de A para B. As questões não se colocam sobre a formação das mensagens, da sua estrutura interna, da sua adequação ao que significam, da sua relevância, mas sim sobre a sua transmissão, partindo-se do pressuposto de que as mensagens estão já determinadas no seu significado. Qualquer conotação que a mensagem possa ter será sempre entendida como ruído.
O modelo semiótico de comunicação é aquele em que a ênfase é colocada na criação dos significados e na formação das mensagens a transmitir. Para que haja comunicação é preciso criar uma mensagem a partir de signos, mensagem que induzirá o interlocutor a elaborar outra mensagem e assim sucessivamente. As questões cruciais nesta abordagem são de caráter semiótico. Que tipos de signos se utilizam para criar mensagens, quais as regras de formação, que códigos têm os interlocutores de partilhar entre si para que a comunicação seja possível, quais as denotações e quais as conotações dos signos utilizados, que tipo de uso se lhes dá. O modelo semiótico de comunicação não é linear, não se centra nos passos que a mensagem percorre desde a fonte até ao destinatário. A comunicação não é tomada como um fluxo, antes como um sistema estruturado de signos e códigos.

O modelo semiótico considera inseparáveis o conteúdo e o processo de comunicação. Conteúdo e processo condicionam-se reciprocamente, pelo que o estudo da comunicação passa pelo estudo das relações sígnicas, dos signos utilizados, dos códigos em vigor, das culturas em que os signos se criam, vivem e actuam. Quer isto dizer que o significado da mensagem não se encontra instituído na mensagem, como que seu conteúdo, e independente de qualquer contexto, mas que é algo que subsiste numa relação estrutural entre o produtor, a mensagem, o referente, o interlocutor e o contexto.



sábado, maio 27, 2006

O que é Semiótica?


Segundo Winfried Nöth, " a semiótica é a ciência dos signos e dos processos significativos (semiose) na natureza e na cultura." A investigação semiótica abrange virtualmente todas as áreas do conhecimento envolvidas com as linguagens ou sistemas de significação, tais como a linguística (linguagem verbal), a matemática (linguagem dos números), a biologia (linguagem da vida), o direito (linguagem das leis), as artes (linguagem estética), etc. Para Lúcia Santaella, ela "é a ciência que tem por objeto de investigação todas as linguagens possiveis".
Sua principal utilidade é possiblilitar a descrição e análise da dimensão representativa (estruturação sígnica) de objetos, processos ou fenômenos em categorias ou classes organizadas.
Teve início entre o final do século XIX e o ínicio do século XX. Os pricípios fundamentais foram estabelecidos
por dois cientistas: o americano Charles S. Peirce (abordagem filosófica) e o suiço Ferdinand de Saussure (abordagem linguística).
Podemos aplicar a Semiótica a diversos campos do conhecimento, dentre eles a Comunicação Social. Na Publicidade e no Cinema, por exemplo, é irrestrito e indispensável o papel da semiótica na análise dos símbolos propostos. Uma peça publicitária analisada através da perspectiva semiótica, revela conceitos que até então estavam obscuros, é como ler nas entre-linhas. Trata-se portanto de um conjunto que envolve a imagem e todas as suas formas de representação, o texto, o ambiente no qual estes símbolos estão inseridos, bem como o processo de criação utilizado e as experiências pessoais do emissor. Acoplando todos esses elementos teremos então a mensagem que juntamente com o papel desempenhado pelo receptor, nos oferece uma abordagem clara do significado da mesma.
Alguns estudos fazem uso da semiótica para compreender, por exemplo, quais critérios são utilizados pelos internautas para abrir determinada janela do seu navegador. Aborda-se também a questão de um mesmo objeto ter várias funções, dependendo do contexto em que está inserido.
Concluimos então que a semiótica nada mais é do que o estudo dos signos e seus significados e representações, e que está é utilizada para compreendermos as mensagens que nos são apresentadas, bem como tantas outras personificações. Através da semiótica podemos descrever e análisar as mais diversas formas de signos, sejam eles linguisticos, simbolicos...


Fontes: http://www.geocities.com/Eureka/8979/semiotic.htm
http://www.semiotic.com.br/conceito/semiotica.htm
http://www.usabilidoido.com.br/afinal_o_que_e_semiotica.html

sexta-feira, maio 26, 2006

Detalhes sobre o Padrão Europeu de Tv Digital

Inicialmente estarei fazendo uma abordagem mais completa apenas sobre o Padrão de Modulação Europeu de TV Digital, pois foi sobre este que basiei minha pesquisa.

O DVB ( Digital Video Broadcasting) foi adotado em cinquenta e sete países, alguns desses membros são: China, índia, Austrália, África do Sul e claro a União Europeia. O padrão europeu opera comercialmente no espectro de 6MhZ (frequencia usada no Brasil), em Taiwan e será estendido também às Filipinas.
Os novos aparelhos digitais virão com receptor de imagens da TV analógica, esse receptor vai representar 30% do custo do aparelho digital.
Se o Brasil adotar o padrão de TV Digial europeu, os fabricantes poderão exportar televisores e conversores de sinais para os países integrantes da União e Européia com alíquota zero de importação. Além disso, os europeus oferecem um reinvestimento de 100% de royalties do padrão DVB-T em pesquisas e desenvolvimento tecnológico nas universidades e industrias brasileiras, para construir aplicativos específicos para as necessidades do país. Também foi oferecida ao governo brasileiro participação no Fórum DVB, o Brasil participaria das decisões que determinam a evolução tecnológica do padrão europeu, além de um empréstimo de 400 milhões para pesquisa. Investimentos feitos por empresas que apóiam o padrão europeu no Brasil, poderiam gerar aproximadamente 9.000 empregos diretos e 23.000 indiretos nos próximos dez anos.
A Siemens, que mantém subsidiária no Brasil há cem anos, radicalizou o discurso em defesa do padrão de TV digital europeu. Ela é uma das seis indústrias européias que participam da "Coalizão DVB", movimento que faz lobby em favor do padrão europeu de TV digital. A escolha do sistema japonês equivaleria a um convite para que as indústrias que apostam na covergência dos meios se retirem lentamente do país. Segundo Cláudio Raupp, vice-presidente da Nokia, se o Brasil escolher o sistema japonês, não haverá mercado que justifique a produção de chips de celulares para atender a tal sistema. A escolha do padrão japonês vai criar não só uma reserva de mercado para os radiodifusores, mas também para os fabricantes japoneses. Só se justifica produzir no país se puder exportar, e com o padrão japonês não se terá para onde exportar, póis o Japão é o único país a dotar seu sistema até agora.

Obs: - Indústrias que apoiam o padrão europeu: Nokia, Philips e Siems.

- Mudança de padrão analógico para digital, levará aproximadamente 15 anos.

- Padrão europeu é mais democrático, permitirá espaço para canais comunitários.

- Set Top Boxes= Converssores de sinais que permitem assistir a programação digital numa TV analógica.

Padrões de Tv Digital

  • ATSC (Advanced Television Systems Committee)- Padrão Americano

Foi desenvolvido com o intuito de suportar transmissões de HTDV. Utiliza a modulação 8-VSB, ideal para recepção com antenas externas e em ambientes de pouco ruído impulsivo (Por exemplo, a interferência gerada por um liquidificador). A demanda por HDTV pela TV Aberta é uma resposta a perda de fatia de mercado para os canais veiculados a cabo. Adotado pelos EUA, Canadá e Coréia do Sul. O ATSC já opera com mais de 500 emissoras e possui cerca de 45% do mercado norte-americano.

  • DVB (Digital Vídeo Broadcasting)- Padrão Europeu

Para o desenvolvimento do padrão europeu foi definido que uma das maiores prioridades seria a recepção do sinal com antenas internas, que no padrão americano é de péssima qualidade. A solução encontrada foi a substituição da modulação 8-VSB pela modulação COFDM, que possuía uma maior robustez. Na Europa as escolhas feitas privilegiaram a multi-programação, através da transmissão de múltiplos canais SDTV a fim de comportar a demanda reprimida por mais emissoras. Além disso outro fator importante na escolha da multi-programação è a aparente falta de receptividade do mercado europeu aos aparelhos de telas grandes. Além dos países europeus, este padrão foi adotado pela Austrália e por Singapura.

  • ISDB (Integrated Services Digital Broadcasting)- Padrão Japonês

O Japão, apesar de pesquisar soluções comerciais de HDTV desde a década de 60, teve o seu padrão homologado apenas em 1999. A demanda por recepção móvel foi uma das premissas para a criação de um padrão japonês de transmissão digital. O ISDB é uma derivação do padrão DVB europeu, utilizando inclusive a mesma modulação. As diferenças com relação ao DVB foram respostas à relativa fragilidade do padrão europeu no quesito recepção móvel.

Comunicação de muitos para muitos

O grande exemplo que temos atualmente de "Comunicação de muitos para muitos" é a Internet, pois trata-se de uma mídia aberta, de fácil e rápido acesso, e sem filtros. Através da Internet somos todos comunicologos, transmissores de informação, seja ela qual for.
Nos outros meios de comunicação, como Tv, Rádio, Jornal, Revista... há apenas um emissor e vários receptores, já na Internet existem muitos emissores e igualmente muitos receptores. A informção é livre e desmedida, é democratizada, isso acontece através de sites de realacionamento, e-mail, msn, fotologs, blogs, forúns, listas de discussão, salas de bate-papo, conferências de audio e vídeo, entre outros.

Tv Digital

Através do Seminário sobre Tv Digital proposto pelo Professor Anderson, podemos nos aprofundar no assunto e descobrir as novas tecnologias presentes no mercado, além de acompanhar o processo de escolha do padrão que será adotado no Brasil. A metodologia do trabalho consistiu na divisão de quatro grupos, onde cada um um explanaria sobre as vantagens do seu respectivo padrão. Os padrões apresentados foram: Japonês, Americano, Europeu e Brasileiro.
Para a minha experiência pessoal esse Seminário foi muito enriquecedor, pois abordou um assunto do qual eu não tinha nenhum conhecimento, então além de acompanhar a apresentação dos colegas de classe fui indusida também a fazer pesquisas sobre o padrão que iria apresentar.
Com o advento da transmissão digital, ganharemos qualidade de som e imagem, além de interatividade. A Tv Digital possuí alta definição de imagens e som, transmissão sem interferências, maior variedade de canais abertos, recepção em celulares, além de possibilidade de acesso à intenet.
A primeira transmissão no novo formato, ainda em caráter experimental, será na Copa Do Mundo. A redução ou fim das transmissões no padrão analógico dependerá das emissoras.

Governo diminui verba

Governo diminui verba, de Alexandre de Oliveira, Jornal Propaganda e Marketing.

Após a crise provocada pelo "mensalão" de Marcos Valério, acionista das agências SMPB e DNA, que prestavam serviços ao Governo, o meio telivisão vem perdendo faturamento. A Tv era a mídia favorita nos dois primeiros anos do governo Lula, com concentração de 58% dos budgets, porém como não poderia deixar de ser, após o estouro da crise do "mensalão" e todas as suspeitas que foram levantadas, os investimentos nessa mídia caíram 54% só na região SP1, e esta tendência parece ser nacional.
Devido à crise, nesse espaço de tempo o governo também extinguiu a Secom, que perdeu status de ministério, e exonerou o titular da pasta Luis Gushiken.
Uma análise do Controle da Concorrência mostra que a Rede Globo absorve 45% das inserções reservadas para a grande São Paulo. O SBT fica em segundo lugar com 25% do share, a Record 16%, a RedeTv com 9% e a Band com 5%.
Essa redução de investimentos é preocupante para o mercado, visto que o Governo através do Banco do Brasil, Petrobrás e Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos representam parte muito significativa nas inserções contínuas na Televisão Nacional. A expectativa é de que o meio TV tenha uma queda de 60% das verbas federais de publicidade, o que desistabilizaria e muito o mercado.

Relato Pessoal

Sou uma estudante de Publicidade e Propaganda apaixonada pelo que faz, acredito que essa área da Comunicação tem uma gama muito grande de oportunidades, basta saber identifica-las e moldalas ao seu potencial. Porém, é algo que lida em sua grande maioria com o conhecimento ativo, idéias que vem e vão, por esse motivo creio que especialmente para nós futuros comunicologos esta experiência do blog proposta pelos professores será de grande utilidade, visto que através de mais essa ferramenta poderemos documentar e expor nossas idéias.
A internet atualmente é quase uma extenssão de nossos membros, dificil encontrar alguém que não faça uso dela. Utilizo a internet para fazer pesquisas (tanto acadêmicas como de cunho extra-curricular) e também para me comunicar tanto com pessoas residentes próximas ao meu perimetro de habitação, quanto com as distantes também. Para estabelecer essa comunicação, faço uso de sites de relacionamento (como o Orkut), Msn, além de e-mail, o blog é uma experiênica nova para mim, com a qual pretendo expandir meus contatos, nesse caso relacionados à minha aréa de atuação- a Comunicação.